Segredos de ‘Adolescence’: Netflix revela número de tomadas por episódio e como foi filmada a cena com drone

Após “Adolescence” atingir o topo das séries mais assistidas da Netflix, a plataforma de streaming aproveitou o fim de semana para responder a algumas perguntas sobre os bastidores da intensa produção estrelada por Stephen Graham.

O diretor Philip Barantini aplicou sua técnica característica de plano-sequência em cada um dos quatro episódios, garantindo que uma única câmera acompanhasse a ação sem interrupções ao longo de uma hora.

Em entrevista, Barantini revelou o trabalho minucioso de preparação, que envolveu coreografar centenas de figurantes e realizar ensaios intensos para garantir a fluidez das cenas.

Agora, a Netflix divulgou quais das várias tomadas foram escolhidas para compor a versão final da trama sobre um menino de 13 anos acusado de assassinar brutalmente um colega de classe.

O desafio das gravações

Segundo a Netflix, a primeira tomada utilizada na série foi a segunda gravação do episódio de estreia, que se passa predominantemente dentro de uma delegacia. Essa filmagem ocorreu no primeiro dia de um cronograma de cinco dias para o episódio.

O segundo episódio, ambientado na escola impactada pelo crime, exigiu um total de 13 tentativas para capturar a melhor versão. A cena contou com um elenco impressionante de 370 figurantes, tornando a logística ainda mais complexa.

Já o terceiro episódio passou por 11 gravações até que Barantini ficasse satisfeito com a interação entre Owen Cooper, o jovem ator que interpreta Jamie Miller, e Erin Doherty, que dá vida à psicóloga da história.

O quarto e último episódio foi finalizado na 16ª tentativa, capturando toda a carga emocional do drama enfrentado pela família Miller diante da realidade devastadora do caso. Assim como os episódios dois e três, essa gravação ocorreu no derradeiro dia de filmagens.

A ideia original era filmar cada episódio 10 vezes ao longo do dia, uma vez pela manhã e outra à tarde. No entanto, algumas gravações foram interrompidas e refeitas, resultando em um número superior ao previsto.

Os erros nem sempre levavam a cortes: em alguns casos, os atores seguiam interpretando mesmo após pequenos deslizes, o que ajudou a manter a autenticidade das performances.

Ensaios e preparação meticulosa

Durante uma sessão de perguntas e respostas na rede social X, a Netflix detalhou o metódico processo de ensaio. O elenco começava praticando pequenos segmentos do roteiro de Jack Thorne e, gradativamente, incorporava blocos de cinco minutos até conseguir representar o episódio inteiro sem interrupções.

Ao longo dos ensaios, os atores ajustavam sua movimentação em sincronia com o trabalho do diretor de fotografia, que planejava minuciosamente as posições da câmera e os deslocamentos da equipe técnica. Em algumas cenas, parte da equipe aparece no quadro, mas trajada com figurinos apropriados para se camuflar entre os figurantes.

O impressionante uso de drone na filmagem

Um dos momentos mais impactantes da série acontece no segundo episódio, quando a câmera desliza sem cortes da escola até a cena do crime, criando um efeito técnico impressionante. A complexidade dessa filmagem intrigou muitos espectadores.

“Como eles conseguiram fazer isso? Parece impossível”, comentou Jeremy Clarkson, que descreveu a série como “incrível”.

Para essa cena, Barantini pediu a Thorne que imaginasse a câmera como se ela pudesse voar. “Então, prendemos a câmera a um drone, que sobrevoou os semáforos até chegar à cena do crime. É um soco no estômago emocionalmente”, explicou Thorne.

A Netflix detalhou que a câmera foi primeiramente fixada em um drone, que percorreu uma distância de 0,5 km até o local do assassinato. Ao chegar lá, a câmera foi suavemente recebida por um operador e uma equipe de assistentes, garantindo uma transição fluida para uma tomada fechada de Stephen Graham.

Com uma abordagem técnica inovadora e performances intensas, “Adolescence” conquistou o público e demonstrou a força do formato plano-sequência quando combinado a uma narrativa poderosa.